Existem muitos mistérios e leis universais na natureza que não podemos desvendar. E uma das coisas que eu aprendi com a sabedoria do Taoismo na minha vida, é que o mistério é o mistério, e ele não está aqui para ser revelado. Apenas entendido, compreendido e respeitado.

E uma das leis Universais que regem nossa existência é o CICLO. A natureza se desenrola em contínuos ciclos, que juntamente com a MUTAÇÃO, são os elementos essenciais para que aconteça a renovação da vida. 

Quando falamos em “círculo”, estamos falando em um caminho que sempre retorna ao mesmo ponto, mas quando falamos em “ciclo”, estamos falando em um caminho onde cada retorno representa uma evolução, um passo a mais, um degrau acima da fase anterior. Portanto a natureza não funciona em círculos, onde tudo retorna ao mesmo ponto, mas sim em ciclos de ESPIRAIS, onde o retorno ao ponto de referência se dá em outro nível, em um patamar acima, mais elevado.

Assim funcionam os ciclos da vida, em forma de ESPIRAIS. Assim funcionam os elementos da natureza. Assim funcionam as leis Universais. Tudo está sempre em constante mutação, sempre evoluindo e crescendo, expandindo em todos os sentidos, tanto espiritual, quanto na matéria.

Um exemplo belíssimo e digno desse conceito materializado na Natureza é o Náutilus. Esse ser vive em conchas na qual sua forma demonstra exatamente essa forma de crescimento na natureza.

Sua concha belíssima espiralada é formada por uma série de compartimentos, na qual a criatura marinha que vive nela vai construindo conforme sua evolução. Ela cresce até ocupar totalmente o espaço presente, e então quando está pronta, inicia um novo estágio em sua evolução e se muda para o compartimento maior. E assim vai crescendo e construindo sua morada infinitamente. A concha adquire um formato belíssimo em espiral que demonstra exatamente os ciclos perfeitos da natureza.

Há um século e meio, um sábio chamado Oliver Wendell Holmes escreveu um poema fazendo uma analogia da morada compartimentada do Náutilus com a nossa própria evolução. Citarei abaixo uma reflexão inspiradora de John Sloat sobre o assunto. Me acompanhe:

“O Nautilus compartimentado,

Construa para ti mansões mais grandiosas, ó minha alma… Permita que cada templo, mais nobre que o anterior, separe-o do céu com um domo mais vasto, até que afinal sejas livre, deixando sua concha, pequena demais para ti, pelos mares incansáveis da vida!” 

Oliver Wendell

“Que imagem perfeita para a evolução espiritual! Para iniciar um novo estágio no nosso crescimento, temos que pensar “fora da caixa”. No entanto, cada vez que abandonamos uma velha visão de mundo por uma nova e mais ampla, nós apenas nos encontramos numa caixa maior. E enquanto cada caixa serve sua função particular por um tempo, estamos sempre sob risco de considerar que aquele compartimento que estamos ocupando é o final.

A forma espiral da concha do Nautilus sugere que ele pode continuar crescendo para sempre. Não há um projeto para um compartimento “final”. A criatura deve continuar construindo novos compartimentos enquanto viver. Não pode voltar aos compartimentos anteriores; eles não servem mais. Não pode permanecer para sempre no mesmo lugar, ou então morrerá. Não tem escolha senão continuar. E continuar.

Talvez um dia possamos criar para nós uma caixa tão grande que pudesse conter Deus como um todo. Mas esse espaço então incluiria tudo, até mesmo aquelas realidades que agora nós excluímos deliberadamente ao limitar o tamanho de nosso compartimento atual.” John W. Sloat

E é exatamente por essa e muitas razões, que esse animal exótico e raro no planeta se tornou um símbolo da Evolução espiritual, da complexidade, amplitude da mente e desenvolvimento dos pensamentos. O Náutilus é a materialização perfeita da lei universal da mutação e dos ciclos da vida. 

A vida é feita de transformações, mudança e evolução. Não podemos nunca ficar presos em um mesmo compartimento. Precisamos, assim como o Náutilus, crescer, expandir, nos mudar daquele compartimento que cabíamos antes para um maior, que amplie nossa visão de mundo e permita nosso crescimento interior. É preciso ir para novos ciclos, evoluir. Quando respeitamos nosso espaço, aceitando os ciclos a cada momento, a vida flui, se renova e permitimos assim a nossa própria evolução, como a própria natureza faz em sua essência.

Por essa linda explicação quis retratar esse animal belíssimo através da arte. Além de ter uma energia incrível, o Náutilus é considerado a verdadeira perfeição retratada através da natureza. É estimado que essa concha esteja aqui há mais ou menos 450 milhões de anos, sendo considerada por isso uma Gama orgânica. Ou seja, uma verdadeira jóia natural, simbolizando além da expansão de consciência, a beleza, a perfeição, a pureza e a flexibilidade.

Além disso, o Náutilus é uma das representações mais perfeitas da tão conhecida Espiral Áurea, ou Proporção Áurea dentro da ciência. O famoso número de ouro, descoberto pelo matemático italiano Leonardo Fibonacci, no Séc XIII, afirma que basicamente tudo na natureza segue uma  sequência matemática em seu crescimento, conhecida pela letra grega phi , que comprova uma proporção perfeita existente em todas as formas no Universo, e, por esse motivo, extremamente agradáveis de se ver. Coincidentemente essa fórmula e teoria matemática nos leva sempre a elementos na natureza que possuem esse formato em Espiral, nos mostrando claramente a forma da Evolução e dos Ciclos naturais de crescimento dos seres vivos. Por isso a Espiral Áurea é também conhecida como “Assinatura de Deus”. A verdadeira representação do divino de sua criação através de estruturas de proporções perfeitas, que apenas nos mostram o mistério e as leis universais da vida sendo reveladas através da natureza.

Para quem adquirir esta profunda peça de arte, de imenso significado, desejo que você possa com ela acessar a sua consciência e enxergar além do compartimento que lhe cabe hoje, expandindo seus horizontes e seu caminho rumo à evolução, a um novo ciclo e a um novo espiral de crescimento. 

Assim é, assim será.